segunda-feira

A avó blogger faz exercício e a Bisavó pensa nos bordados







Segunda-feira é o meu dia sem componente lectiva e aproveito para fazer uma lista de assuntos para tratar, planificar a semana e organizar a casa. Melhor dizendo, deveria ser o dia para fazer tudo isto mas penso sempre, deixa-me mas é prolongar o fim-de-semana só mais um bocadinho! 
Cheia de vontade de zelar pela saúde para ter pedalada para os netos, estava mesmo decidida a ir ao ginásio, mas ainda não foi desta. Para compensar resolvi ir a pé até Campo de Ourique, fazendo uma boa caminhada. Peguei no telemóvel consultei o meu destino e o tempo de caminhada. Já fui até à escola a contar passos, assim fiz exercício físico e mental. Como sou distraída tenho de abandonar esta prática. A questão é que não sei se quero ter uma pulseira que me dá ordens para andar, que controla o meu exercício, calorias e sei lá o que mais! Tenho de ponderar se é mais uma tecnologia dos "novos loucos anos 20" a que devo aderir, ou se continue a contar apenas o tempo de duração das minhas caminhadas. Pensei na pulseira como forma de evitar o ginásio, mas não dá! Caminhar é um complemento ao ginásio. Azar Sofia, tens mesmo de ir ao ginásio.
Voltando à minha caminhada, ponto de partida, zona do Areeiro, consultei o telemóvel e vi que a caminhada teria a duração de 51min, 3,9 Km.  Fui bem até ao Corte Inglês, onde apanhei o autocarro que estava a passar. À medida que o autocarro fazia o seu percurso sentia-me perdida com a volta que estava a dar e simultaneamente divertida pensando nos nomes que os portugueses dão às paragens de autocarro "Cruz das Almas", "Terramotos", "Prazeres" (para um cemitério)!
Cheguei ao destino certa que se tivesse continuado a minha caminhada teria chegado mais ou menos na mesma altura, como tal, regressei a pé*!
Antes de ir para casa fui até à Auri escolher botões para o neto. Como não levei os trabalhos de malha não deu para escolher os botões, mas a minha mãe conseguiu arranjar tecido de algodão para bordar os lençóis do bisneto. Os lençóis das fotografias (a qualidade das fotografias está muito má, ainda assim não quis deixar de partilhar os bordados da minha mãe) são  de 3 dos 11 netos, que serviram para a minha filha escolher os desenhos e cores. Para fazer conjunto com os lençóis, bordei uma, duas, três, quatro capas de edredom para os berços.
*Foi uma excelente caminhada e sinto-me cheia de energia para mais uma semana de aulas.

domingo

Matemática e malha, a simbiose perfeita!

Espero que a nota dos direitos de autor seja referente às instruções do modelo, pelo menos, foi assim que eu o entendi!

Enquanto lia um dos livros da EZ, deparei-me com um texto onde ela diz que, tal como eu, nunca se interessou por peças de bebé até ao dia em que soube que ia ser avó. Quando estava a acampar com a família desenhou um modelo extremamente engenhoso com o ponto garter stitch (tecer meia em todas as carreiras) que a EZ considerou perfeito matematicamente falando, uma vez que o número de carreiras e de pontos por carreira, resulta sempre num quadrado perfeito, ou seja, se 10 malhas corresponderem a 2.5 cm, 10 carreiras também corresponderão a 2.5 cm.
Com a curiosidade aguçada iniciei um novo projectoTendo por companhia a filha de EZ, Meg e, simultaneamente, lendo as suas instruções passei uma belíssima tarde a fazer o primeiro casaco para o meu neto. Tal como já tinha dito (aqui) a EZ tem uma forma muito particular de escrever as instruções dos modelos, a título de exemplo, "See what you are doing? (...) Hope you are still with me. (...) Funny-looking objet, isn't it? (...) and hey presto eureka!When you know it's a boy or a girl, sew buttons over buttonnholes on appropriate side. The baby will probably be UNMOVED by this offering, but the mother may well be charmed, and your friends will be AMAZED"
Já com o casaco fora das agulhas, não o terminei e levei-o para a festa dos meus sobrinhos para ver quem é que descobria o que era aquela peça que a avó Sofia tinha tricotado e se a conseguiam montar, um desafio que se tornou bastante divertido! Ninguém conseguiu montar correctamente o casaco e alguns nem sequer adivinharam que daqui sairia um casaco!
Este modelo, com o apoio da Meg é o ideal para uma avó principiante em malha, até pode ser um primeiro projecto de muitos outros, só é necessário tricotar meia, o que dá para aprender no decorrer das aulas. Um dos truques que aprendi, para um melhor acabamento quanto estamos a rematar as malhas é tecer as duas malhas finais juntas, algo que gostaria de ter feito nas alças do fofo, talvez ainda refaça!
Posso afirmar que foi um projecto extremamente económico dado que o fio é "lã para peúgas" do ALDI, ao preço de 6.99 euros um pacote de 4 novelos; um fio cuja composição é 75% lã e 25% poliamida, não o podendo classificar como ecológico, mas bastante compatível com a vida dos meus filhos. O projecto foi feito com um novelo e, talvez, aproximadamente 5gr de um segundo novelo. Não gostei de trabalhar este fio, não o considero agradável ao toque, mas nada que não se resolva com uma boa camisinha de algodão por baixo do casaco. As cores são as favoritas da minha filha, daí eu ter tido a ideia de utilizar este novelo guardado há tempo demais.
Apenas dobrado, sem acabamentos!
Ainda não sei se vou aplicar o i-cord (a EZ utilizava para fazer os dedos das luvas. Ideia genial|). Comecei com fio branco mas não gostei.
Quem diria que uma avó dos novos anos 20 iria tricotar um modelo de 1968! 

segunda-feira

Avó blogger

Fiz 55* anos no dia 1 de Janeiro de 2020.  Mãe de 3 jovens adultos, bióloga, filha e irmã de uma família presente e numerosa, tenho por lema de vida olhar cada dia como mais uma oportunidade de "Reinventar a felicidade", frase que ouvi um dia na minha avó Teresa.
A minha vida profissional é uma troca constante de aprendizagens com um bando de adolescentes, que me fazem pensar, rir, zangar-me, desesperar, sentir-me viva. Com eles visito museus, exposições e lugares numa visão interdisciplinar, leio e revisito livros e filmes/documentários e muito mais. Independentemente do que me fazem sentir, dão um outro sentido à minha vida, com a certeza que, de alguma forma, nem que seja ao de leve, toquei nas suas vidas.
Escondida atrás deste teclado venço a minha timidez e a Sofia, que acabei de descrever, sente-se segura para partilhar a jornada da Avó Sofia, uma avó forçada a adaptar-se à vida na cidade, com o pensamento numa fuga para o campo.
Serei avó nos novos "loucos" anos 20. Que avó serei? O que os meus filhos esperam de mim? Com o que é que os meus netos podem contar? E eu, que tipo de avó quero ser, que tipo de avó é que posso ser?
A "loucura" destes anos 20 gira à volta das novas tecnologias, redes sociais e gestão do tempo, muito diferente de alguns anos para cá. As avós de agora olham para a alimentação de uma forma diferente, consultam receitas nos blogs (barra lateral - culinária e hábitos saudáveis) e no YouTube, o exercício físico é uma constante  (no meu caso, fiquei saturada do ginásio, por falta da companhia das minhas irmãs), contam os passos, com apps ou pulseiras (vou contando de cabeça ou na pulseira do avô), roupa e calçado são práticos.
A avó Sofia não passa sem uns ténis, dispensa saltos altos e adora passeios de Land Rover (desculpa meu querido planeta). Como avó, e não só, quando vou às compras tento ter presente  as novas preocupações em termos de impacto na saúde e no ambiente, tentando gerir o consumo num suposto equilíbrio entre o sustentável e ecológico, compatível com a vida prática e atarefada dos meus filhos. Enfim, será um grande desafio que abraço cheia de entusiasmo e, como tal, quis registar algumas das minhas escolhas/experiências.

Ancorada a tradições faço malha para o meu neto. Comparando com a minha mãe, a diferença começou na escolha dos fios e dos modelos, que veio a revelar-se mais difícil do que eu esperava! A minha filha vive numa corrida e sei que, tudo o que eu faça irá ser lavado na máquina da roupa, mas não queria usar fios sintéticos e, quando escolher um fio, quero ter presente a minha pegada verde no planeta.
O primeiro modelo que tricotei é da Filipa Carneiro, fiz questão de escolher uma designer portuguesa na primeira peça que fiz para o meu neto. O fio é da Rosários4 e a avó Sofia encontrou o modelo gratuito no site da marca (a minha mãe criava os seus próprios modelos!), sendo o fio Belmonte (passou no teste de lavagem na máquina, programa de lãs a 0ºC) e, na compra do desenho, contribui para Associação Portuguesa de apoio ao bebé prematuro. Escolhi o símbolo do Super Homem, para um Super Neto cujo o apelido começa por um S.
Fofo antes da correcção do desenho
O primeiro S ficou muito pequeno, erro meu na leitura das instruções. Penso que seria mais claro se, onde diz Rnds 4 to 6, e 8 to 12 knit, estivesse escrito Knit every even rnds. Para as mais distraídas, a meu ver, onde diz Divide for straps: slip 6, penso que devia constar para antes de passarmos as malhas que as mesmas devem ser primeiro tricotadas, pelo menos, foi o que fiz e resultou. Saliento que perante as minhas dúvidas enviei mensagem à Filipa Carneiro que prontamente me respondeu, de uma forma muito clara. Se tivesse visto primeiro o vídeo Fofo baleia, não me teria enganado no desenho e não teria incomodado a Filipa!
O próximo modelo terá de ser com um fio para Primavera/Verão, Ecofriendly . Sinto-me mesmo uma avó dos novos anos 20! Contem com uma avó sem filtros e/ou patrocinadores. Uma avó com escrita ao correr da pena, ou melhor, das agulhas e, muito provavelmente sem acordo ortográfico.

* ligo imenso a números, sou daquelas avós que coloca o despertador não para as 7:15 ou 7:30, mas para as 7:17! 

domingo

Shetland sweater - o corpo


Consultei o projecto antes de iniciar o corpo da camisola Shetland Sweater e remetia para a errata, mas a errata estava errada, a versão original é que estava certa! Achei estranho porque durante a montagem das malhas vi logo que não tinha um número múltiplo de 4. Tive de montar menos 2 malhas do que constava na errata. Como tal, tive de fazer 2 aumentos na primeira carreira após o cós, mais 2 aumentos quando iniciei o lançamento do desenho, resultando no número inicial de malhas que indicam para a montagem. O padrão mais pequeno não bate certo mas, a meu ver, não se deve alterar o número de malhas em cada secção, evitando assim zonas em que a camisola ficaria ligeiramente mais estreita ou mais larga, só para acertar o desenho! Terminada a camisola logo vejo se, na zona lateral, de mudança de carreira, é necessário duplicar o ponto, ou seja, bordar por cima numa tentativa de disfarçar uma imperfeição que implica perfeição no molde da camisola. 

sábado

Amazon

Recorri às aulas da Amy D., na Bluprint, a fim de tirar dúvidas na construção da camisola que estou a fazer, complementando as aulas da EZ. A Amy, numa das aulas, faz referência a um livro, Knitting With Two Colors, que publicou com a Meg S., filha da EZ, o que me fez ir consultar o livro na Amazon. Antes de comprar qualquer livro leio sempre a opinião de outros leitores. Lendo o que diziam desisti da compra e optei por comprar um livro que era indicado por uma leitora*.
O livro em termos de texto é muito completo e tem instruções para numerosos modelos (não é o que procuro!), no entanto, as fotografias são pequenas e de fraca qualidade. Talvez não fizesse esta crítica tão negativa se, na mesma altura em que adquiri este livro, não tivesse chegado o Distitsh, da Assia Brill também comprado na Amazon, com excelentes fotografias e esquemas detalhados!


A minha biblioteca está a crescer ao ritmo das dúvidas que me vão surgindo. Terei de estar mais atenta à minha carteira! Os meus pais diziam "No que diz respeito à vossa formação, todo o investimento é um bom investimento", daí estas minhas aquisições, que nunca são precipitadas, uma vez que penso durante uns dias, procuro opiniões e só quando sinto que me fazem de facto falta é que compro estes livros técnicos. 
Actualmente sinto que a malha é uma obsessão/paixão e que cheguei ao ponto em que mais do que fazer malha, quero aprender técnicas, truques e dicas. Não procuro modelos que me chamam a atenção, como fiz até agora, mas projectos e livros com os quais possa aprender algo de novo.  

domingo

Escrita em dia

Desde sexta-feira que a minha cabeça frenética está num corro pio! Pensei e repensei qual seria a melhor forma para disciplinar uma mente inquieta, umas mãos eléctricas, uma ânsia de aprender, um fervilhar de ideias e uma vontade de fazer/criar, tudo isto associado ao tempo livre que tenho e o tempo em que quero fazer mil e uma coisas. Deparei-me com uma missão impossível. Perante missões impossíveis medito à luz do que aprendi no meu dia-a-dia, olho para a forma como as mulheres da minha família lidavam com as situações e torno missões impossíveis em fragmentos de missões possíveis. Entretanto já me perdi! Recomeçando  e continuando no "pensei e repensei", cheguei à minha amiga das horas "vazias", disciplinadora afável, boa ouvinte e conselheira, a escrita. No entanto, o que preciso não é de um diário, mas algo que funcione como um "portefólio", a que possa recorrer mais tarde, perante dúvidas e ideias que vão surgindo. Durante o fim-de-semana tive tempo para pensar se queria repensar e voltar ao blogue, na realidade nunca o abandonei! Consultei a estatística, o número de visualizações das mensagens e senti-me confortável e livre de "pressões". De uma média de 800 leitores por mensagem, passei para uma média de cerca de uma dúzia, umas vezes chego a ter 20 leitores, mas são raras as mensagens que isso acontece. Perante estes valores tomei a consciência que, embora a minha escrita aqui seja pública, quem está desse lado são apenas amigas/os que conheço e vocês leitores anónimos de longa data. Se há um tempo reduzi drasticamente a minha escrita foi porque, em vez de me ajudar causava-me uma certa ansiedade o "ter de partilhar" e, por outro lado, achei que seria uma boa forma de rentabilizar o pouco tempo de que disponha, limitando o tempo de utilização do computador. Neste momento é com uma grande sensação de liberdade que retomo aqui a minha escrita, sem pensar "escreve menos se não ninguém vai ler", "não escrevas isso, é muito pessoal" e por aí fora. Sem preocupações do que vão pensar os poucos leitores que por aqui passam, sinto-me livre para escrever e descrever aqui os projectos que estou e que quero fazer. Porque não faço isso num caderno? Porque aqui posso colocar os links que me interessam e aos quais poderei querer voltar. Porque aqui posso arquivar o meu registo fotográfico e por fim, porque gosto de partilhar com vocês ideias, leituras, lugares, filmes e quem sabe, depois das obras cá por casa, receitas de culinária e organização.
Quem chegou aqui é amigo da leitura, boa! Gosto de andar no Instagram, mas é um desconsolo ver que as pessoas abandonam a leitura, tudo tem de ser e durar não mais do que um "instante". Os audiobooks estão a prevalecer em relação aos livros e as pessoas cometem o sacrilégio de dizerem "li" em vez de "ouvi", algo bastante diferente! Ainda fiz a tentativa de ouvir alguns audiobooks durante um mês mas depressa percebi que prefiro fazer exercício físico ao ritmo de música e não a ouvir alguém ler. Os bloggers estão a virar youtubers/podcasters e utilizadores do Instagram. Vejo muitos podcasts enquanto faço malha e gosto bastante de alguns, mas gosto sempre de ler os blogs como complemento ao que vejo. Perdi-me uma vez mais!
Colocando a escrita em dia, este blog já passou por muitos tipos de partilha e de formato, o mais recente era uma publicação mensal em forma de síntese sobre os trabalhos que tinha realizado, o que tinha lido, as séries/filmes que tinha visto e os lugares e feiras que tinha visitado. No topo da página continuarei a ter os projectos mês a mês.
 O Yarn Along não sei se continuará este ano. O fim-de-semana passado tirei estas fotografias,
A manga da Shetland Sweater

O livro, clique aqui para informações
para partilhar na primeira quarta-feira de Janeiro mas, infelizmente não encontrei nenhuma publicação no Yarn Along.
Início o novo ano (para mim é mesmo um novo ano, nasci a 1 de Janeiro) mais solta e livre, sem regras e numa nova fase da vida. Já escrevi muito como mãe, irmã, partilhei muitos trabalhos da tia Sofia e agora chegou o momento da avó Sofia! A avó Sofia irá escrever as suas novas aventuras, aprendizagens e muito mais, quanto mais não seja para ficar com o registo das ideias, técnicas, truques e dicas que aprendeu, para depois poder voltar a consultar. Para ti, amigo/a leitor ficarão partilhas que considerei que poderão ser pertinentes, porque gostas de malha, de livros, de filmes e séries, de passeios, de feiras, museus e exposições enfim, das pequenas coisas boas que tornam o meu dia-a-dia mais feliz, menos stressante e que me dão a certeza de uma colecção de boas memórias físicas .

segunda-feira

Shetland Sweater - as mangas parte 1

Camisola pendurada na parede do stand

Vi a camisola que estou a fazer já no fim do dia no festival de Edimburgo. Tanto eu como o meu marido considerámos que era uma das mais bonitas, tendo em conta o nosso estilo. Como era o final do dia, as minhas economias já tinham sido todas gastas, mas o Zé gostou tanto da camisola que se ofereceu, de imediato, para sair do festival e ir levantar o dinheiro que faltava para a compra do livro e das lãs necessárias. Enquanto isso fiquei a falar com o senhor do stand, uma conversa muito animada, era super divertido e fez-me prometer que faria uma camisola para o meu marido, dado que ele se tinha oferecido para resolver o meu "problema monetário". Saímos do stand, amigos da família, com um convite para os visitar na Shetland e com oferta de dois livros (este e este).
Até hoje ainda não tinha iniciado este projecto para cumprir a promessa de fazer primeiro a camisola para o landmaníaco. 
Quando comecei a ler as instruções deparei-me com a situação de a escrita ser para quem domina a construção deste tipo de camisolas, sendo super minimalista. Procurei resposta para as minhas dúvidas no Ravelry, consultando os projectos já realizados, mas fiquei na mesma. Decidi que estava na altura de assistir às aulas da Elizabeth Zimmermann, uma vez que, pela leitura dos seus livros, calculei que teria resposta para as minhas dúvidas nos seus vídeos.
Livro complementar às aulas

A aula que me foi útil na construção desta camisola 

Confirmei que o número de malhas indicadas no modelo correspondem às percentagens da EZ, 90% de malhas no cós*,(mas no meu caso fiz com 100%) considerando 100% o número de malhas à volta do peito e 20% para iniciar as mangas, terminando a manga em 50% de malhas (estas percentagens são diferentes nos yokes!).No entanto a EZ não coloca malhas para o steek, fazendo um tubo até chegar aos ombros, sobre o qual coloca a manga e assim determina o corte para o encaixe da manga. Neste ponto hesitei e achei preferível consultar a Amy D., na Bluprint, Simple Sweaters: Strand &Steeked.
Seguindo as instruções da Amy D., fiz a manga tal como a EZ recomenda, fazendo dois aumentos a cada quarta carreira, no entanto as primeiras 8 carreiras fiz como dizia no modelo, em cada segunda carreira e só depois é que passei para os aumentos a cada quarta carreira (esta emenda consta na errata do livro), tendo obtido o número de malhas (faltavam apenas 2 malhas) e a percentagem certa, a 20 carreiras do fim da manga, que correspondem a duas repetições do padrão da mesma. Fiz a repetição do padrão uma vez e na 8ª carreira fiz os dois aumentos que faltavam e a partir deste ponto fiz a última repetição sem ser em circular, o que implica alterações também no corpo e é aquilo que é designado pela Amy como Modified drop sleeve, que torna a camisola mais elegante. Vou acreditar que sim! A minha incerteza levou-me a consultar a minha "bíblia do Tricot"e confirmei que a sugestão da Amy é capaz de resultar!


Ainda não estou segura do que estou a fazer e como tal comprei mais um livro do qual falarei um outro dia e como cheguei a ele.
Enquanto espero aprender mais com consulta dos livros que estão para chegar, vou iniciando o corpo da camisola e vendo a terceira temporada na Netflix, de Anne with an EOntem vi "Dois Papas" e recomendo vivamente!

*Nota. a EZ utilizava o cós para "esconder" mensagens, mensagens que ela designou de secretas. Nos vídeos mostra algumas mas com datas e nomes. A Amy dá o exemplo "Se encontrar esta camisola é favor devolver a ..." e refere mensagens de amor.

sexta-feira

Conversa fiada acerca de livros e aulas

Começo o novo ano apenas com horas a fio de conversa fiada, melhor dizendo, de escrita fiada. Talvez consiga organizar as minhas ideias!
Os últimos dias de férias têm sido, entre idas ao Banzão e vindas a Lisboa, nos momentos calmos faço malha em frente ao computador, a assistir a aulas com a fantástica Elizabeth Zimmermann e à noite leio os seus livros. As aulas foram adquiridas na Schoolhouse Press , com a certeza que seriam um bom complemento aos livros, o que me permitiria arranjar a resposta para muitas dúvidas que tenho, e assim foi. Um dos problemas que tinha foi a camisola que iniciei no final do ano*, cujas as instruções são minimalistas, deixando imensas dúvidas em termos da sua construção. Se aprendi bem as lições da Elizabeth Zimmermann conseguirei ultrapassar as dificuldades com que me for deparando. Para já estou a fazer uma manga, verificando o número de pontos por 10 cm (gauge), servindo igualmente para medir a cava. Depois partilho o processo completo se o conseguir fazer sem comprometer direitos de autor!
Numa das aulas a EZ faz referência a uma manta da Shetland que todos os bebés devem ter e de imediato lembrei-me de um pacote de aulas da Bluprint, da Gudrun Johnston, The Shetland Hap Shawl . Assisti a mais aulas e adicionei mais um projecto que quero fazer este ano, aos projectos que tenho andado a estudar para o meu neto. Na realidade estava a pensar fazer mais bonecos do que roupa uma vez que nascerá em Maio e malha só irá usar no Outono/Inverno. Poderei fazer umas peças em algodão mas como só servirão umas semanas estou mais virada para os bonecos que duram mais tempo e que poderão, um dia mais tarde, fazer parte das suas memórias. A pensar nos bonecos assisti também às aulas da Susan B. Anderson, na Bluprint e adquiri na Amazon o livro Knitted Animal Friends
Falando de livros técnicos, lembrei-me que tenho uns livros  da Jen para acompanhar as aulas no YouTube e que gostava de fazer alguns projectos que me permitissem adquirir novas aprendizagens e desenvolver as antigas. Além destes livros aguardo o Distitch, com o qual quero aprender a reforçar o tecido em malha e realçar pontos a cores, por agora é tudo o que sei sobre este livro. 
Com todos estes livros, aulas, técnicas que quero desenvolver  e modelos que quero fazer, fica difícil evitar uma certa ansiedade enquanto organizo as ideias. O querer usar os fios e modelos que comprei no EYF, antes de iniciar novos projectos, também não ajuda nada, mas só me faltam dois projectos e um já iniciei, é a Shetland sweater que estou a fazer.
Com tudo isto ainda quero terminar o Xaile Pássaros da Praia Grande, agora que, finalmente, encontrei o método ideal para costurar as bordas do xaile. Já experimentei e está a resultar!
Mas além da  malha  também quero retomar o patchwork (e mais este!).
Para manter alguma disciplina/organização o melhor é pensar no patchwork separadamente da malha, como tal fica para um outro dia.
Se me ajudou esta escrita? Apenas me apercebi que tenho imensa vontade de aprender, o que me leva a pequenos investimentos. Para que não seja dinheiro desperdiçado tenho de passar da teoria à prática, pegar nas agulhas e experimentar alguns projectos desses livros e aulas. O difícil está em decidir o que fazer primeiro, com que materiais, para que finalidade e por aí fora. A minha cabeça faz lembrar um cesto de novelos, mas os novelos são as ideias, e deparo-me com a situação que não sei que novelo/ideia pegar primeiro. Nunca vos aconteceu esta situação?
Já me passou pela cabeça fazer como no filme Julie and Julia, mas em vez de culinária seria a minha paixão pela malha que me levaria a partilhar o passo a passo das aprendizagens que quero conquistar assistindo às aulas da EZ, complementadas com outras aulas. Os direitos de autor iriam complicar bastante o processo por isso talvez até o faça, mas sem partilhar publicamente. Acho uma forma engraçada, disciplinada e organizada de adquirir novas aprendizagens.

* final do ano iniciei o kit de uma camisola, a que mais gostei no festival de Edinburgh, com lã da Shetland a ouvir o concerto de Inverno do Sting. Tentei, desta forma, criar uma memória feliz na despedida de uma ano que me foi particularmente difícil, como forma de reconciliação com 2019 e esperança de um 2020 tão feliz que "apagará" as coisas menos boas de 2019.