quinta-feira

My Creative Space #15 - 2013

Já não passo sem o meu alfinete, para tricotar. Aprendi a tricotar à maneira portuguesa, com o fio ao pescoço, só que não o aguento com este calor, por isso habituei-me a passar o fio pelo alfinete, conseguindo manter a tensão do fio.
Estas míni meias, são cópia das meias da Serra d' Ossa, tricotadas pela minha amiga Miletina.
O "alfinete" da Miletina, é um clipe. A minha nova amiga alentejana esclareceu-me, entre sorrisos divertidos: 
"- Tudo Serve! É o que tiver à mão!".
Os desenhos das meias são tirados de napperons de crochet.
 A minha amiga Miletina disse-me que começou por fazer ponto de cruz, e :
"-Está a ver, com o mesmo pensamento, tiro o desenho do crochet, para as minhas meias. Os quadrados abertos, estes buracos que aqui vê, é a minha linha vermelha. Os quadrados fechados são a minha linha amarela. Se estiverem muito longe, faço uma linha amarela entre os desenhos. Não é bom ter linhas grandes por dentro da meia!"
Vou partilhar com a Kootoyoo, as ideias geniais, das nossas mulheres alentejanas.
"Eu não invento nada.
Limito-me a pôr à vista.
Levanto as pedras e mostro o que está por baixo.
Nós somos o outro do outro." 

Cake Design

A minha prima, Teresa, é uma doce criativa!
Tudo o que sai das suas mãos sofre uma tentadora metamorfose!
Como uma fada madrinha, num passo mágico, transforma noivas em  noivas apetitosas!


 Mais uma Teresa, da minha Família, que me enche de orgulho. A sua Vida é um exemplo de coragem, força e determinação. Uma profissional, em tudo o que faz com tanto carinho e dedicação. Gostava de falar mais desta minha prima TERESA, a quem tanto devo, de tão especial que é! Mas não o farei, pois as minhas palavras seriam apenas palavras. Não sou poeta, nem escritora e não quero correr o risco de os meus sentimentos perderem o seu significado, quando transformados nas teclas do meu portátil. Por isso, grata por tudo o que tem feito, divulgo o seu trabalho!
 Gostavam de tornar ainda mais especial "aquele" dia inesquecível? Porque não o preparar, com amor?! Em Colares, procurem a minha prima Teresa de "Coisas d´Antes e D'Agora". Transformem o vosso dia, ou o dia de alguém especial, acarinhando pastas de açúcar, moldando massas, esculpindo bolos...e muito mais! Deixem as vossas mãos serem guiadas pelas mãos talentosas da minha prima Teresa. 

Nota: Fotografias da Sofia Gonçalves; body painting da Valerie Locately

segunda-feira

Como vai o meu tricot

Neste momento tenho em mãos o meu primeiro colete, recomeçado pela 5ªvez.
As costas estavam demasiado estreitas!Toca a desmanchar. Sigo à risca o lema, praticar, praticar, praticar...
Ainda me falta "esticar" este xaile.
No próximo encontro de tricot, no Café Saudade, espero aprender a tricotar com 5 agulhas. Tenho umas de madeira e tinha umas iguais às das Senhoras de Serra d´Ossa, de quando aprendi a renda por música, mas só sei de duas.
Com tempo, esta semana, vou contar-vos a minha viagem por terras alentejanas, onde conversei com o neto da Srª que aparece numa fotografia do livro da Rosa Pomar. Entre a boa comida alentejana, acompanhada de sangria, muitas  histórias de outros tempos ouvi.

domingo

Manta "terapêutica" transformada

Há um ano reiniciei as minhas aprendizagens no tricot. Na altura, estando a recuperar de uma cirurgia em casa, nada me pareceu melhor para passar o tempo, do que tricotar uma manta de algodão.
 Em cada quadrado aprendia um ponto e descontava mais um dia nos dias que ainda tinha de permanecer em casa. Ajudou-me imenso, não só a recuperar, mas também a praticar o tricot. Quando comecei com os quadrados de jacquard, desmotivei-me, a manta começou a correr menos bem.

 Questionei a C. que me aconselhou a fazer a manta em lã e segui o seu conselho.
 Já tinha desmanchado os quadrados a vermelho, para  aproveitar a linha para o C.A.L.
Estes quadrados, também eram para ser uma manta mas, a pedido das minhas filhas, vou transformá-los num saco.
 Este fim de semana foi a vez de pegar nos quadrados a azul e beije. Em vez de os desmanchar, rematei-os a crochet e fiz toalhetes.


Um dia, quem sabe, faço a manta em lã, mas não por agora porque me recordo sempre da minha terapia!

sábado

Os meus companheiros de caminhada

"Entre a Serra e o mar" há sempre trilhos por descobrir, e nós adoramos caminhar!

Depois da caminhada, gostamos de descansar!



Museus e fundações

Nem sempre cumpro com o que aqui tenho dito. Desculpem! De facto nunca partilhei nada das minhas visitas domingueiras aos museus, não só pela deficiente qualidade das fotografias, como também pela falta de disposição para escrever. Ou escrevo logo, quando as sensações estão frescas, ou a vontade esmorece.
Sou inseparável do meu bloco de notas e da minha máquina fotográfica, que ficou estatelada no chão na minha última visita ao "Créations et savoir faire". Por agora a máquina foi substituída pelo telemóvel, e assim, vou registando imagens e  apontamentos, para mais tarde aprofundar os meus "estudos" e, por vezes, com a ideia de aqui partilhar. Hoje, quando arquivava e arrumava tudo aqui no computador, lembrei-me que tinha ficado de partilhar com vocês, algumas destas minhas visitas, por isso aqui vai:
Do museu do Oriente, recolhi informação sobre bordados. As fotografias são de péssima qualidade mas, para aguçar a vossa curiosidade, ficam estas, de um bordado, da Índia, séc.XVIII, a fio de seda frouxo; a ponto fendido, lançado e de fantasia; tema predominantemente floral, cravos, rosas, flores de ameixoeira, jacintos, entre outros.


Poderão encontrar peças de algodão, do séc. XVII, bordadas a fio de seda vermelho, amarelo e branco; paramentos do patriarcado das Índias, muito ricos em bordados, tecelagem de Timor e muito mais, destaco as cerâmicas. Deixo o meu conselho, visitem o Museu do Oriente, vale mesmo a pena! 
No final deste mês vão ter workshops de sashico (alinhavos para bordar), depois poderão redecorar a vossa casa e personalizar a vossa roupa.
No museu de Etnologia conheci um pouco mais da minha Terra. Tive a oportunidade de ver de perto, a peça que deu origem ao ponto joeirinho e ao termo crivos, utilizado também no bordado tradicional.
,
Crivo , Évora 1966;  para joeirar o trigo
 Muito engraçado, ir à origem dos termos que empregamos nos nossos trabalhos de mãos. No museu de etnologia conheci algumas peças da Malpica do Tejo, terra de que tanto tenho ouvido histórias, contadas pela minha Mestra, nas aulas de bordados Tradicionais e de Castelo Branco. Uma vez mais as fotografias ficaram péssimas, até porque a luz nestes locais nunca ajuda. Mas o melhor é pegarem em vocês e irem ver de perto. Fica a grande diversidade morfológica de rocas,  que me chamaram a atenção, numa altura em que estudo a "Rota da lã".


Mas a grande viagem que fiz, no Museu de Etnologia, foi pelo Brasil, numa visita guiada de excelente qualidade.
Os museus aos domingos de manhã são gratuitos, apenas nas fundações têm de pagar a entrada, com a excepção da Gulbenkian, que visitei, também recentemente, e aqui partilho todos os dias uma frase da Clarisse Lispector.
"Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade " 
Esta frase é a legenda de um dos meus bordados de boas vindas, a quem chega aqui,  onde partilho com gosto, o que faço na minha "vida-a-vida", expressão de que me apoderei, mas é da  Clarisse Lispector.
 E vocês, querem deixar aqui sugestões de locais a visitar?!

quinta-feira

My Creative Space #14 - 2013

Dado o estado caótico da minha vida profissional, não consegui ir ao encontro de tricot. O Ricardo Araújo disse e bem, a culpa é dos professores! Só ele para me fazer rir, vale a pena ler o seu artigo.
Depois do fim-de-semana, em terras alentejanas, e da  conversa com a Dona Miletina, fiquei com imensa vontade de aprender a tricotar meias.
 Já andava fascinada, nos encontros de tricot, com a malha de 5 agulhas. Hoje ia preparada para aprender, começando por  umas confortantes, mas terá de ficar para a semana.

 Fiquei deslumbrada com as meias da Serra D'Ossa, estas tricotadas pela minha futura professora, em terras alentejanas. Quando tiver tempo conto-vos as minhas descobertas. Gosto de viajar com e pelos livros, e foi o que fiz com a minha última compra, o livro "Malhas Portuguesas" da Rosa Pomar.
Kootoyoo, aposto que, por aí, nunca viram meias como estas, são únicas! Pena não haver a versão em inglês do livro da Rosa Pomar, para quem me visita através da página "My creative Space".

segunda-feira

Para sempre TERESA


Hoje falo contigo avó e num tom mais íntimo, sinto-te minha. Com os sentimentos resvalando à beira das teclas, na tua ausência sinto-te presente e seco as minhas lágrimas. 
Hoje e para sempre, quero ser Sofia Teresa, a tua primeira neta, Avó Teresa.
Em pequena, havia dias, e que dias, em que não gostava de ser Sofia Teresa. Quando Sofia nunca vinha só, tinha como certo, no mínimo uma reprimenda.
Quando estava contigo avó, era outra Sofia Teresa. Nome carregado de um intenso carinho, sem tom de desaprovação. Era a tua Teresa. 
É com orgulho que recordo hoje a cumplicidade e orgulho com que me dizias "És muito parecida comigo!". E quero ser ainda mais. Mais Teresa, mais como  tu.
A frase mais bonita que aprendi contigo, "Inventei a felicidade". E inventaste mesmo, com o meu Avô, vivendo a FAMÍLIA.
Com os teus filhos ...
Com os teus netos (desculpa faltarem 3)...
Com os 22 bisnetos, aqui apenas com a minha primeira filha.
Contigo aprendi a reinventar a felicidade. Hoje, na dor da minha perda, reinvento a felicidade assinando Sofia Teresa. E Teresa serei sempre. Avó, contigo aprendi a paixão pelo que faço e pelo que sou. Obrigada Avó, obrigada mãe por me teres dado o nome da tua mãe, Teresa. Reza por mim avó. A tua família reza por ti.
Avó Teresa,
Para sempre nas minhas memórias
Para sempre nos meus sonhos.
Sofia Teresa

Voltei, volto sempre!


Numa tarde de Junho, o frio voltou. Os cães lá fora procuraram um aconchego quente.
 Eu, lá dentro, voltei à lenha e à lã. 

 Sentia-me tranquila, na quietude do campo, e nessa quietude perdia-me em pensamentos. Dei comigo invadida violentamente por uma saudade irracional, diria mesmo inexplicável! Saudade dos meus filhos. A Madalena tinha ficado em Lisboa, a estudar para os exames. O António estava a trabalhar. Apenas a Inês estava comigo, cansada de "dolce far niente", também ela queria regressar à cidade. Voltámos e fui FELIZ. Feliz por mimar a Madalena que adormeceu numa das pausas do seu estudo. Feliz porque, voltei a deitá-la, tal como quando era pequena, tapei-a e senti a felicidade de aconchegar a minha fofinha. Feliz, porque o António chegou e deitou-se ao meu lado. Mimou-me e ficámos a conversar pela noite dentro. Senti-me embalada na força da sua ternura. Voltei da minha Serra, volto sempre. Volto porque sei que o meu lugar é  onde estão os meus filhos, onde reside o Maior amor. Mesmo que atarefados nos seus afazeres, sinto-os presentes, só porque os sinto junto de mim. A casa vibra ao ritmo da melodia dos ecos dos seus afazeres. Ecos que me afagam e tecem uma linha invisível que me prende a eles, como um cordão umbilical, há muito cortado, mas ali para sempre presente. Sinto-me completa e quero desfrutar de todos os pequenos momentos que estamos juntos. Sei que os meus filhos a mim não me pertencem. Sei que está, cada vez mais perto, a hora de seguirem um caminho, que não é o meu. Sei que se aproxima o dia em que terei de marcar os dias dedicados à família, para nos juntarmos e, simplesmente, estarmos. Por isso, tenho uma necessidade insaciável, de aproveitar todos os minutos em que os tenho só para mim, para nós os dois. Sim, Zé é nestes momentos que sinto que  nada é mais forte do que o amor que há em nós, que nos abençoou com este amor Maior. Um dia teremos a nossa casa lá na Serra, a casa em que os receberemos, e às suas famílias, e seremos ainda mais, ainda Maiores! Mas por agora, quero viver este amor, por isso voltei e voltarei sempre!

sexta-feira

Encontro de tricot

Ontem andei meio tristonha. Fugi até à minha Serra e, no encontro de tricot, passou-me. Enquanto matava malhas, matava a tristeza e, junto com ela, desvanecia o meu cansaço de mais um final de ano lectivo. Tricotando aumentos, aumentava a serenidade. O ritmar das agulhas, intervalado com dois dedos de conversa, devolveu-me a paz. É sempre bom um refúgio como este que, encontrei recentemente na "minha" Serra, no Café Saudade.

segunda-feira

Gamela transformada em cama de cão

Este fim-de-semana fomos até à aldeia vizinha.
 Com a chegada do calor, as pausas pelo caminho, para nos refrescarmos, impunham-se.
Na  minha aldeia, as noites são frias e as nossas caminhadas longas, por isso decidi, transformar uma gamela numa cama para o Rafeiro e "crochetei" uma manta, com restos de novelos.
Esta cama de cão ficou tão convidativa, que terei de fazer mais uma; a Loira soube pedir-me uma igual.
O Rafeiro, apesar do calor, assim que chegou do passeio instalou-se e de lá não saiu mais.

 Experimentou todas as posições!
 No final fez o seu ar de aprovação!

Sendo hoje 2ªf, vou partilhar a "Gamela" na página da Cindy.