sábado

Museus e fundações

Nem sempre cumpro com o que aqui tenho dito. Desculpem! De facto nunca partilhei nada das minhas visitas domingueiras aos museus, não só pela deficiente qualidade das fotografias, como também pela falta de disposição para escrever. Ou escrevo logo, quando as sensações estão frescas, ou a vontade esmorece.
Sou inseparável do meu bloco de notas e da minha máquina fotográfica, que ficou estatelada no chão na minha última visita ao "Créations et savoir faire". Por agora a máquina foi substituída pelo telemóvel, e assim, vou registando imagens e  apontamentos, para mais tarde aprofundar os meus "estudos" e, por vezes, com a ideia de aqui partilhar. Hoje, quando arquivava e arrumava tudo aqui no computador, lembrei-me que tinha ficado de partilhar com vocês, algumas destas minhas visitas, por isso aqui vai:
Do museu do Oriente, recolhi informação sobre bordados. As fotografias são de péssima qualidade mas, para aguçar a vossa curiosidade, ficam estas, de um bordado, da Índia, séc.XVIII, a fio de seda frouxo; a ponto fendido, lançado e de fantasia; tema predominantemente floral, cravos, rosas, flores de ameixoeira, jacintos, entre outros.


Poderão encontrar peças de algodão, do séc. XVII, bordadas a fio de seda vermelho, amarelo e branco; paramentos do patriarcado das Índias, muito ricos em bordados, tecelagem de Timor e muito mais, destaco as cerâmicas. Deixo o meu conselho, visitem o Museu do Oriente, vale mesmo a pena! 
No final deste mês vão ter workshops de sashico (alinhavos para bordar), depois poderão redecorar a vossa casa e personalizar a vossa roupa.
No museu de Etnologia conheci um pouco mais da minha Terra. Tive a oportunidade de ver de perto, a peça que deu origem ao ponto joeirinho e ao termo crivos, utilizado também no bordado tradicional.
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Crivo , Évora 1966;  para joeirar o trigo
 Muito engraçado, ir à origem dos termos que empregamos nos nossos trabalhos de mãos. No museu de etnologia conheci algumas peças da Malpica do Tejo, terra de que tanto tenho ouvido histórias, contadas pela minha Mestra, nas aulas de bordados Tradicionais e de Castelo Branco. Uma vez mais as fotografias ficaram péssimas, até porque a luz nestes locais nunca ajuda. Mas o melhor é pegarem em vocês e irem ver de perto. Fica a grande diversidade morfológica de rocas,  que me chamaram a atenção, numa altura em que estudo a "Rota da lã".


Mas a grande viagem que fiz, no Museu de Etnologia, foi pelo Brasil, numa visita guiada de excelente qualidade.
Os museus aos domingos de manhã são gratuitos, apenas nas fundações têm de pagar a entrada, com a excepção da Gulbenkian, que visitei, também recentemente, e aqui partilho todos os dias uma frase da Clarisse Lispector.
"Criar não é imaginação, é correr o grande risco de se ter a realidade " 
Esta frase é a legenda de um dos meus bordados de boas vindas, a quem chega aqui,  onde partilho com gosto, o que faço na minha "vida-a-vida", expressão de que me apoderei, mas é da  Clarisse Lispector.
 E vocês, querem deixar aqui sugestões de locais a visitar?!

2 comentários:

Naná disse...

Que bordados lindos!

Sofia Amaral M. disse...

Já me enviaram algumas sugestões para o mail, uma é o Museu da Ruralidade. As restantes sugestões são de Feiras e Romarias, e é por onde vou andar este Verão;)
No Inverno regressarei aos Museus.