quarta-feira

Peculiar deslumbramento


Leitura:
Fruto de um peculiar deslumbramento pelo mundo animal e vegetal, sofrendo de uma paixão genuína por agulhas, aliciada pelas ilustrações e fotografias, sou vítima de algumas ratoeiras e compro compulsivamente livros e publicações. Foi o caso das minhas últimas compras. A primeira foi o número 2, Fauna, "Making" (pensei demais e quando quis já não consegui comprar, na Europa, o número1, Flora), tendo já  a folheado, mas ainda não tive tempo para a ler. Do que vi esta publicação tem a minha cara! Encontrei as instruções para um esquilo, umas ovelhas da Nicole (podcaster The Gentle Knitter) para colorir mas que eu estou a pensar bordar, um artigo da Mary Jane Mucklestone onde reconheci a Sarah (podcaster Fiber Treck), animais do bosque para bordar, Butterfly e Cocoon da Susan B. Anderson , uma série de modelos de malha dos quais certamente farei a bolsa da Mary Jane e um xaile/estola, um projecto em Shibori e um saco que vou tentar fazer e talvez bordar um desenho deste livro, a minha segunda compra por impulso e que vi num episódio da Sarah (Podcaster Fiber Treck).
Não estou nada arrependida destas compras irreflectidas pois sei que, além do que estou a pensar fazer da Making, vou bordar muitos dos desenhos deste livro e talvez até adapte a algo maior! Apaixonada pela descoberta e exploração de materiais, sentindo a falta de um projecto que chegue e fique para durar, não tendo conseguido ainda desenvolver a minha ideia inicial em família, procuro incansavelmente um projecto que me acompanhe em 2017. Algo que conjugue bordado, com patchwork e aplicação de tecidos. Gostava de o fazer em grupo, um "Stitch-A-Long" como os que a Chookyblue costuma promover. Será que há por aí algum nesses moldes para 2017?!
O livro de cabeceira é o mesmo da Kate Morton, estou a adorar e tenho pena de estar à distância de poucas horas de o terminar.

Malha:
O meu deslumbramento pela vida de camponesa levou-me a colocar na lista de projectos o modelo da Susan B. Anderson das ovelhas mas contive-me, deixando para uma próxima vez e, aproveitando a promoção de Natal, apenas investi numas instruções para meias, já que tenho de fazer umas para ele. Quando terei tempo para tudo isto?! Não sei, sei apenas que tenho de segurar as rédeas a estas minhas paixões! O que vale é que, mais tarde ou mais cedo, acabo por justificar os meus "investimentos" fazendo alguns projectos. É o caso da malha que tenho nas agulhas, o "Cinza Glaciar", de um dos livros da Kate Davies, que levei muito tempo para comprar, mas que finalmente comprei e sem arrependimentos!
Estou a fazer o I-cord (muito interessante este texto) e o que tenho a dizer deste projecto é que é de construção fácil, com esta lã cresce rapidamente, mas o trabalho a cores tem intervalos de pontos muito grandes, o que me levou a fazer este modelo "cruzando" os fios em todos os pontos, tal como a Andrea explica aqui ao minuto 22 e, utilizando a mesma técnica, à medida que mudava a cor rematava o fio, algo que recomendo vivamente!
Em 2017, penso continuar a participar no Yarn Along, com este formato. Alguma sugestão? Talvez não escrever tanto, mas a minha cabeça tem estado ocupada com mil e uma ideias! O que me vale é o Bullet Journal para não entrar em parafuso.

domingo

Calendário do Advento


cortar e coser
Cortar os cantos e virar
A Madalena levou para a sua nova casa o Calendário do Advento que fiz com tecidos que ela escolheu na nossa viagem a Paris.
Para a Inês resolvi adaptar o calendário da Sew Sweet Violet. Talvez não fosse necessário comprar o esquema, até porque depois de ter feito os bolsos, não olhei mais para as instruções, no entanto foi uma forma de agradecer à Jooles pelas suas partilhas. Não entendo a lógica do "patreon" para os podcast de malha! Prefiro pagar por instruções/modelos das podcasters quando as quero apoiar. Já me perdi, voltando ao calendário do Advento, as instruções são claras e detalhadas, mas em termos de fotografias penso que algumas poderiam ser melhores para a construção dos bolsos, à semelhança dos livros japoneses, onde são tão claras que é possível fazermos qualquer projecto sem sabermos uma palavra de japonês.
Tinha todos os tecidos, até mesmo o de Natal que comprei numa promoção de Verão! A fita de viés fiz com este acessório.
Os bolsos são mais juntos e pequenos tendo obtido, tal como pretendia, um calendário mais pequeno.
Além dos corações nas terminações, acrescentei uma etiqueta em cada fita.
Em vez de carimbar estou a pensar bordar a ponto pé de flor os dias, mas por agora teve de ficar assim, pois já vamos no dia 4 de Dezembro. Será o presente do segundo domingo do Advento. Por tradição, desde que os meus filhos cresceram, recebem sempre algo no primeiro domingo do Advento, mas este ano estou a pensar ir dando ao longo de todos os domingos, finalizando com algo especial na noite de Natal. Uma árvore ou um presépio rodeados de pequenos e grandes embrulhos na Noite de Natal, aos olhos de uma criança é pura magia, mas quando eles crescem perde o  seu encanto e por isso vivemos o Advento como uma forma de preparação para uma noite de Natal mais serena e espiritual. Claro que na casa dos meus pais, com os mais pequenos da família, todos "acreditamos" no Pai Natal, que muito trabalha na Consoada, para o Menino Jesus.
Para terminar, se quiserem ver o Calendário terminado passem pelo blog da minha filha.

quinta-feira

Malha de Inverno

O "Cinza Glaciar" é um projecto verdadeiramente de Inverno, pelo menos feito com esta lã! É tão quente que dá para fazer sentindo o vento frio de Inverno a fustigar-nos. Não foi o caso, aqui na "minha" praia, que tanto gosto de Inverno, antes pelo contrário, tive de dar descanso às agulhas, despir o casaco e sentir este sol de Inverno. Se por um lado me soube bem, por outro lado atrasou o avanço no meu mar de projectos!
Aqui, entre a Serra e o Mar, somos frequentemente surpreendidos pelo tempo. A minha família açoriana diz que têm as 4 estações num só dia, aqui também temos. Talvez essa seja a razão da minha paixão por este lugar e a "culpa" seja simplesmente dos genes!

domingo

Pneus de ir aos morangos!

Por estrada 
Por um caminho
 E por "todo o terreno"!
Ele: "Isto não estava nada no programa!"
Eu: "Vamos ter de sair pela frente"
 A padeira, que por ali passava, não sossegou enquanto não arranjou alguém que nos resgatasse!
 Gente simples da terra, gosta sempre de ajudar e de muito falar, ingrediente que dá um gostinho especial às nossas histórias!
 Após 4 horas não desistimos de chegar ao nosso destino, rasgando terras alentejanas por estrada, tentámos recuperar algum tempo.
Blusão remendado a Boro
Finalmente alcançámos o nosso destino!
 Esperavam-nos mais 3.5km nada bons para "pneus de ir aos morangos"!
Já a ver as 24h de TT, ele improvisou faróis para a noite...
 ...eu fiz umas carreiras no ponche (ou poncho) Cinza Glaciar.
Hoje as minhas costas reclamam dizendo que não foram feitas para "desvios" a programas preestabelecidos!

quarta-feira

Leituras e malha, Yarn Along

"Yokes With Stories", que também tenho lido.
Cada vez que consulto as instruções e me deparo com as fotografias deste modelo, sonho com a Islândia
Gosto de viajar com e pela malha. Pela malha?! Sim, não me enganei, pela malha. O projecto que tenho em mãos "leva-me" em sonhos a explorar a Islândia, um lugar que quero visitar agora mais do que nunca, depois do que vi da viagem do meu irmão com a família. O ritmo das agulhas, enquanto faço o ponche da Kate Davies, com lã Islandesa, marca o ritmo das passadas dos meus sonhos. Quando as mãos e as agulhas descansam, viajo relendo o capitulo "A Knitter´s journey to Iceland", do livro Knitlandia, da Clara Parkes (vídeo da apresentação do livro aqui)e lendo de uma forma mais demorada o blog Icelandic Knitter
Estou a gostar do resultado do trabalho mas confesso que, embora goste imenso desta lã, não me agrada trabalhar uma lã tão grossa, até porque receio que não tenhamos temperaturas tão baixas para dar o uso que eu gostaria que este projecto tivesse. 
O livro de "cabeceira" continua a ser o da Kate Morton e, tal como os livros que li anteriormente da autora, gosto do enredo e da sua escrita. O ritmo de leitura tem sido mais lento, pois nesta fase de preparativos para o Natal o trabalho na "oficina do Pai Natal" deixa-me mais cansada e quando me deito os meus olhos teimam em fechar enquanto teimo em ler!
hoje também leio as partilhas no Yarn Along
Nota: O caminho de mesa foi bordado por mim, há uns anos, para o Natal. O esquema é da Sylvie Teytaud.

sábado

O Porto e a Ovelha Negra

Rumámos juntos até ao Norte, ele teve de ir a uma reunião de trabalho no Porto e eu simplesmente segui os ponteiros da bússola que orienta a minha vida "desnorteada". 
Comecei o dia na Rua de Santa Catarina, na Saboriccia uma verdadeira tentação de sabores! Desci para os Aliados,  mas antes impunha-se uma passagem pelo café Majestic.
Tentei revisitar a livraria Lello, mas sem sorte nenhuma (tive saudade do tempo em que entrávamos sem filas de espera, foi onde iniciei este blog)!
Depois de muito ter vadiado, de muitas lojas ter espreitado, finalmente encontrei-me com quem me faz ir ao Porto e juntas almoçámos na Miss Pavlova e, gulosa como sou, claro que terminei com uma fatia indiscutivelmente deliciosa de Pavlova! Com parte da conversa em dia seguimos para um dos destinos que quem gosta de malha não deve falhar, a Ovelha Negra. 
A forma como a Joana nos recebeu, largando o que estava a fazer para nos receber para mim é um gesto idêntico à de um amigo que nos recebe em sua casa, largando tudo para desfrutar de um momento connosco. A Joana apresentou-me a nova lã e trocámos ideias sobre modelos e fios. Penso que terá sido a minha terceira visita à loja física, mas senti como se regressasse mais uma entre muitas vezes, pela forma como a conversa fluiu!

Perdi a cabeça e investi em mais lã, mas com conta peso e medida! A medida exacta para um casaco igual ao que a Joana tinha vestido e ao de uma camisola sugerida no blog da Ovelha Negra. Como sempre recebi um mimo da Joana, desta vez em forma de amostra de detergente para lavar lã.
À tarde reencontrei-me com ele para um lanche muito especial em casa dos nossos amigos. Um rico dia, com um pobre registo fotográfico! Ficam as memórias de mais um dia na belíssima cidade do Porto.