sábado

Janeiro

Comecei o mês a bordar, mas depressa vi-me forçada a trocar de agulhas. Primeiro para terminar as mitenes das minhas sobrinhas e depois para dar resposta aos pedidos das minhas filhas. O que acabou por acontecer, resultado das minhas pesquisas, leitura de blogs e livros e das conversas no Ravelry e na escola, é que fiquei com a cabeça invadida por mil e uma ideias e viciada no tricot. Com o frio, as minhas mãos, sentindo o conforto da lã, não quiseram outra coisa, se não tricotar!
Apesar de só ter tricotado, apenas terminei as mitenes. Estou quase a terminar a gola do KAL de Janeiro, estando em modo " pára, arranca ", dado o seu peso implicar ligeiramente com a minha coluna. A bainha de bicos, que adorei fazer, foi toda "destricotada".
  Em breve quero fazer umas confortantes com esta bainha. Uma colega da escola, e do tricot, ensinou-me, num intervalo das aulas, a interpretar as instruções da Rosa Pomar, tendo-me dado a dica de iniciar com malhas provisórias, o que facilita bastante! 
Retomei as meias que tinha parado por precisar das agulhas para as mitenes. Entretanto comprei mais um conjunto de 5 agulhas, para isto não voltar a acontecer. Estou muito satisfeita com as agulhas da milward, pois são mais curtas do que as knitpro, tornando as meias um projecto ainda mais portátil.

   E a propósito de compras, já tenho lã para as perneiras da Serra d'Ossa. Feito um balanço dos extras do Kakebo, foram literalmente gastos em lã, livros e cinema. Extras que são um investimento para mais de um mês! Em Fevereiro terei nas agulhas de casa o Kimono Pôr-do-sol, verdadeiramente iniciado ontem, já que tive de fazer variadíssimas experiências de "dominó". Nas agulhas de rua terei meias. 
 Na minha cesta das lãs, terei as perneiras a chamarem por mim e a desviarem a minha atenção de tudo o resto! Ainda me falta decidir se alinho ou não, no KAL de Fevereiro, tudo dependerá do tipo de projecto e se vai dar para aproveitar lãs que já tenha. Janeiro foi um mês de tricot, de muita conversa boa à volta das agulhas. As economias que consegui, seguindo as sugestões do Kakebo, acabaram no dentista e por isso aniquilaram qualquer hipótese de ir a Edimburgo em Março. Recomeço um novo mealheiro, para uma outra viagem, não há crise! Foi um bom mês, embora pouco produtivo, foi divertido tricotar e até "destricotar"! Tricotar é um vício saudável e a este ritmo terei saúde para dar e vender!

quarta-feira

Teimosias

Tive um palpite que não ia dar certo, mas teimei! Teimei que queria juntar fios, sem terem a mesma composição e claro está tinha de dar asneira! Tive de desmanchar tudo. Não podia continuar a teimar juntar as cores cujos fios teimavam em não se juntar num perfeito equilíbrio. Errando e aprendendo! Técnica de Fair isle,  uma vez mais adiada. Terei de aguardar a chegada da lã da Jamieson&Smith, ou de Beiroa, nas cores do desenho que pretendo tricotar.
 Para tentar esquecer as cores que tanto gostei de ver juntas, peguei num fio da Drops, com cores totalmente diferentes e comecei a tricotar o Kimono "Pôr-do-sol", que ainda estou a idealizar!

 Por enquanto será o projecto portátil, que andará na minha bolsa junto com o livro de bolso "bolsa". Como não gosto da parte de costura, provavelmente tentarei tricotar os "Dominós" juntos, tal como a Drops ensina neste vídeo. Se assim for terei de trocar este projecto por umas meias, que são sempre "portáteis".
O livro "portátil" do momento é do Ken Follet. Ainda não li a trilogia "O século" dado o peso dos livros! Será que também vão fazer uma edição de bolso?! Com a minha teimosia, ficarei a aguardar o dia em que farão uma edição com o "peso ideal".
Na minha cabeceira continuo a ter a trilogia da "Rainha Branca", já partilhada na Yarn Along.

terça-feira

Things to Knit

3º e último bloco, do KAL de Janeiro, promovido pelo blog Thins to Knit
Entretanto,  como gosto de ter sempre um projecto mais "portátil", iniciei um a que dei o nome de "Noritas", já que é para aproveitar sobras de Noro. Era para utilizar um desenho que já tinha adaptado mas, com o meu entusiasmo de principiante, esqueci-me de idealizar um esquema cuja repetição do desenho se adaptasse ao número de malhas das meias que queria tricotar. Resolvi a situação pesquisando um desenho para distribuir pelas 72 malhas com que já tinha tricotado a bainha de Bicos (Livro das "Malhas Portuguesas") e acabei por escolher o desenho das "Midericas" da Rosa Pomar. Como estou a aproveitar sobras de fios, não sei se este projecto resultará, já que os fios não têm a mesma composição! Foi também uma mudança de planos, pois o desenho que tinha idealizado também não era para tricotar com estes fios. Uma experiência, sem custosquebrando o ritmo de um dia, permitindo-me relaxar. E a propósito vou partilhar o que ando a tricotar e espreitar o Keep Calm, crafting on.
Mais fotografias no Instagram da Borboleta Serrana.

quarta-feira

Tricot, livros e chá

Estou a terminar o 2º bloco, do KAL de Janeiro, mas substitui a 3ª cor de alpaca. A Paula  conseguiu-me uma mistura de dois fios castanhos, com o tom e a espessura que eu pretendia. Agora sim, gosto mais desta combinação de lãs.
 Também fazia parte da minha lista bordaleira no tom natural castanho, mas infelizmente estava esgotada por isso tive de me contentar com o "branco". Junto com a bordaleira , "caíram" para o meu saco mais 2 cores, para iniciar experiências de Fair Isle, ou, jacquard.
Fair Isle Knitting, Lynne Watterson
"Encantada" com o novo chá verde, comecei a estudar "alguns aspectos a ter em conta" no jacquard, desenhos e padrões.
 Peguei nos lápis da Madalena e projectei alguns esquemas.


apesar de as lãs terem uma composição diferente, têm a mesma espessura, por isso espero que resulte
Este ano estou mais atrevida e por isso faz parte dos meus planos tricotar dois dos projectos do livro "Malhas Portuguesas",  perneiras da "minha" Serra d'Ossa e umas Mangas Midericas. Tendo de esperar para investir nas lãs, e pela chegada das cores que estão esgotadas, por enquanto vou praticando em projectos mais simples!
Livro "Malhas Portuguesas"
Feito um estudo da verba de que disponho para livros, tive a agradável surpresa de poder investir em alguns livros que, há muito, fazem parte de uma extensa lista. Para já vou ver se está disponível na Amazon Knitsonik ( já vi que terei de adiar uma vez mais este meu investimento!) e um dos livros do Kaffe Fasset, talvez este!
Vou consultar as partilhas no Yarn Along, talvez encontre alguma sugestão de livros que me agrade.

terça-feira

Matemática, finanças e moda

 A Madalena terminou hoje a sua licenciatura em Finanças. Está de parabéns pois sou testemunha que tirou este curso com uma persistente teimosia e empenho combatendo, assim, a falta de paixão pelo que estava a fazer. No fim do curso estava rendida a ponto de querer fazer um mestrado na mesma área! A escolha do curso foi resultado da sua "queda natural" para números. Tal como o irmão, a Matemática para ela é a área que faz mais sentido. O curioso é que ambos têm igualmente queda para as artes, tendo o António frequentado a Escola Artística António Arroio e a Madalena o curso de design de Moda. Se  a minha família fosse seleccionada para um estudo, provavelmente chegariam à conclusão que a matemática e as artes estão intimamente associadas. Um dia, só por curiosidade, ainda compro o livro, Making Mathematics with needlework!
Espero que a Madalena tenha feito uma boa aposta, com o investimento no curso de finanças para agora prosseguir, com segurança e com um passo firme, o seu caminho. Na sua primeira tarde, já liberta da espera ansiosa dos resultados dos exames, ocupou de imediato a minha bernina, trabalhando umas capulanas dando assim finalmente resposta a um pedido adiado à conta dos estudos. Estava feliz! Feliz por ter terminado o curso. Feliz por ter tempo para as costuras.
Eu estava e estou a explodir de alegria, sentindo a sua felicidade serena (não é como eu!)! Quero festejar e vou festejar!

sexta-feira

Palavras de uma tricotadeira amadora

Sou uma amadora*no que diz respeito a todos os trabalhos de mãos, como tal tricoto por gosto e não por profissão. Cedo peguei nas agulhas de tricot, tendo por professora a minha Mãe. Lembro-me de ter tricotado uma camisola, talvez com 12/13 anos, mas que pouco vesti! Não era muito amiga das agulhas de tricot. Durante a gravidez dos meus filhos obriguei-me a tricotar pelo menos uma peça para cada um, mas como disse, obriguei-me! Há dois anos, desafiada por outras bloggers, resolvi tentar uma vez mais o tricot, tudo porque me vi presa em casa a fazer recuperação de uma cirurgia. Na altura procurei conselhos com tricotadeiras nas quais reconheço valor. Uma delas foi a Cristina, que me aconselhou um livro que me viria a ajudar a dar os primeiros passos e que agora guardo na minha cesta do tricot, para o ter sempre à mão.
Adquiri o livro na Amazon
 A leitura e interpretação dos pontos estava facilitada com este livro. De facto tenho um livro muito bom da minha mãe, mas em português.
 Não sabendo eu o significado de termos, como por exemplo, malha acavalada, não conseguia entender grande parte das explicações. Então como consegui com instruções em inglês?! Fácil, consultando vídeos dos quais destaco os da Very Pink e da Drops.  Por exemplo, perante a leitura de ssk ou k2tog tirava a dúvida  colocando, exactamente o que encontrava nas instruções, no youtube e surgiam imensos vídeos explicativos. 
Consultando unicamente os vídeos da Very Pink, consegui tricotar esta peça em entrelac, para uma mala!
Tricotei também este xaile, seguindo este vídeo.
 A drops também tem uma infinidade de propostas de modelos!
 Mais tarde, já depois de ter aprendido a ler tricot em inglês, encontrei vídeos da Nionoi, em português, que também me deu aulas particulares na ComTradição, tirando-me algumas dúvidas e tendo-me ensinado a começar um xaile seguindo a técnica garter e a tricotar meias com 5 agulhas. No projecto das meias as dicas que encontrei no livro "Malhas Portuguesas", da Rosa Pomar, foram uma excelente ajuda e aproveito para salientar que é um livro com projectos lindos! Espero um dia conseguir ter tempo e habilidade para os tricotar todos! Do livro da Rosa Pomar, comecei por tricotar "Rendas por Música".
O que foi decisivo nesta minha aprendizagem foi a ajuda da Ana Paula que me deu um conselho precioso, investir numas boas agulhas. As agulhas fizeram toda a diferença! Se tivesse retomado o tricot com as agulhas da minha mãe, certamente teria desistido novamente. As agulhas circulares tornam tudo mais fácil e as de madeira tornam qualquer momento de tricot, num momento zen!
imagem da net
A pouco e pouco, tenho feito progressos consideráveis, graças aos conselhos que me deram nos primeiros passos no mundo viciante e irresistível do tricot. Por último, e seguindo mais um conselho da Cristina, criei a minha conta no Ravelry, onde faço as minhas pesquisas de modelos e arquivo os trabalhos que vou tricotando, anotando sempre dicas importantes e os vídeos que consultei.
De momento estou a tricotar uma Gola, da Purl Bee, site que recomendo vivamente e que tem fotografias explicativas, de grande qualidade.
A conversa já vai longa, mas penso que com o meu amadorismo*, e descrevendo estes meus passos, posso ajudar alguém que por aqui passe, tal como me ajudaram. 
Só para terminar, durante a minha recuperação, tinha decidido tricotar por dia, um quadrado da "Manta Terapêutica". Os prisioneiros fazem a sua contagem decrescente riscando traços na parede, eu faria a minha contagem decrescente, contando os quadrados tricotados.


  Dada a estação do ano, cometi um erro de principiante, escolhi fio de algodão em vez de lã e depressa me apercebi que não ia resultar, o que confirmei com a Cristina, que pacientemente tricotou um quadrado com lã e me enviou para eu ver a diferença. Com o meu erro aprendi como é importante a escolha do fio nos projectos de tricot! Na altura o facebook, aproximou-me de tricotadeiras que prontamente me ajudaram, por isso o facebook não tem só lados negativos, há que saber usá-lo devidamente! Estes quadrados foram "reciclados" e transformados em toalhetes.

 Estou a pensar tricotar a manta e quando o fizer, partilharei aqui o meu W.I.P!
Vou regressar às minhas agulhas! Se precisarem de mais alguma dica é só perguntar nos "comentários".
imagem da net
*Amadora = O que, por gosto e não por profissão, exerce qualquer ofício ou arte.
"amadora", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/amadora [consultado em 16-01-2015].

quarta-feira

Kakebo e tricot

Partilho no Yarn Along...
 Mas o que é o Kakebo?!
É o maior aliado da nossa "economia familiar"! Não é uma simples agenda doméstica, é muito mais do que isso e tem sido com entusiasmo que tenho lido, ponderado e registado os gastos da família. Este livro de poupança doméstica desafia a estabelecermos objectivos, entre os quais destaco aqui apenas um dos que quero muito atingir, conseguir verba para viagens. Para isso, após analise dos resultados mensais, espero perceber quais são as despesas menos necessárias e mais dispensáveis. Uma das dicas do primeiro trimestre é transformar um dos meus defeitos, ser distraída, no meu maior truque. Como?! No final do mês vou revistar todos os bolsos, carteiras, gavetas e caixas, aquilo que o Kakebo designa por "buracos negros", à procura de moedas e notas que se "perderam" no meu dia-a-dia. Espero ter uma agradável surpresa! 
Uma das viagens que gostaria de fazer está relacionada com o tricot. Gostava de regressar a Edimburgo, para o Yarn Festival. O problema é que é já em Março e não sei se conseguirei verba suficiente. Se não conseguir, todo o dinheiro que tiver colocado de parte para o efeito, reverte para outra viagem.
As minhas leituras não são apenas de "Economia", continuo com a leitura de Romances Históricos. 
Nesta fotografia, saliento o meu primeiro provisional cast-on, que é como quem diz, as minhas malhas provisórias para fazer uma costura quando terminar este projecto. Vamos ver se no final conseguirei dar conta do recado. A gola/ cachecol que estou a tricotar é com lã da Artimoda e o projecto é do blog Things to knit, el reto de 2015.

segunda-feira

Pousadas de Portugal

Gostamos de ver e rever todos os cantos de Portugal. Uma das muitas maneiras de o fazer é ficando nas Pousadas de Portugal e foi o que fizemos este fim-de-semana. Optámos por ficar perto, poupando tempo em deslocações e por isso escolhemos Alcácer do Sal.
No interior da Pousada, um dos tapetes de Arraiolos.
Nos jardins da Pousada.

Da muralha da Pousada.
Ao sairmos da Pousada.
Na marginal, em Alcácer, fizemos uma pausa e "saquei" das minhas agulhas, fazendo o gosto ao vício!
KAL de Janeiro
Nos arredores fomos, uma vez mais, ao Vale do Gaio e aí decidimos o que visitar à tarde.
Começamos pelo Porto Palafítico. Aqui é comum os pescadores darem aos barcos o nome das mulheres, na maioria bastante originais, outros optam pelo diminuitivo. Apenas um tomou a "Liberdade" de  fugir à regra!



Na aldeia metemos conversa com umas alentejanas bem castiças e ainda conseguimos encontrar algumas "casas" que nos encantaram há alguns anos!
Terminámos a tarde, desfrutando do Sol junto do Mar, com a Serra da Arrábida como pano de fundo,  no qual lemos um convite para breve!
Xaile "camponês", fazendo de gola como eu gosto!
 Ainda o nosso fim-de semana não tinha terminado e, cúmplices, caminhando lado a lado, fizemos planos para mais dias assim.

sexta-feira

Tardes de 6ªf

Numa tentativa de ser disciplinada, ainda que muito ligeiramente, resolvi traçar um "horário semanal" para fazer aquilo de que gosto. Quero assim evitar deixar projectos pelo caminho, tentando à semelhança do que faço como quando planifico o ano lectivo, atingir objectivos que estabeleci para mim mesma. Um dos objectivos será bordar Crewel, como forma de aprendizagem de todos muitos pontos presentes na Tapeçaria Escocesa e aqui representados, neste painel. Penso haver grandes semelhanças de pontos com o nosso Bordado de Castelo Branco, embora o Crewel seja bordado a lã e não a seda. Depois de concluído este "estudo", espero conseguir tirar as minhas próprias conclusões.
Todas as semanas, tentarei bordar um tipo de ponto, do Kit que comprei (regra da família: evitar conjugar o verbo comprar!) trouxe da Escócia
Para quem me segue e gosta de bordar, a novidade deste ano, aqui no blog, será a partilha destes pontos que reencaminharei para vídeos explicativos de profissionais como a Mary Corbet!
Nas margens de um caminho escocês
 Cada quadrado deste "Cardo", um dos símbolos da Escócia, tem um conjunto de pontos diferentes que foram utilizados na Tapeçaria Escocesa. 
 Na área representada com um 1, um dos pontos é fishbone.
 
 Saiu mal e já cortei tudo! O que vale é que sou uma mulher prevenida e consciente das suas falhas e perfeccionismos, como tal sabia que iria desmanchar e praticar, praticar, praticar...Para que a lã não me viesse a faltar, um dos meus investimentos foi no catálogo das cores da appleton, aquando da minha visita à Wemyss School of Needlework.

Praticando é que se aprende, mas vamos ver se consigo não entrar em despesas extras! A dificuldade com que me deparei é que os quadrados não têm os desenhos/traços para os pontos e, apesar de ter desenhado umas folhas, ficaram não só assimétricas como também completamente diferentes umas das outras. Tive dificuldade em enquadrar 4 folhas, que me parecem iguais na fotografia do kit, mas na realidade o quadrado não está completo! Vamos ver como vou ultrapassar a primeira dificuldade.