segunda-feira

Avó blogger

Fiz 55* anos no dia 1 de Janeiro de 2020.  Mãe de 3 jovens adultos, bióloga, filha e irmã de uma família presente e numerosa, tenho por lema de vida olhar cada dia como mais uma oportunidade de "Reinventar a felicidade", frase que ouvi um dia na minha avó Teresa.
A minha vida profissional é uma troca constante de aprendizagens com um bando de adolescentes, que me fazem pensar, rir, zangar-me, desesperar, sentir-me viva. Com eles visito museus, exposições e lugares numa visão interdisciplinar, leio e revisito livros e filmes/documentários e muito mais. Independentemente do que me fazem sentir, dão um outro sentido à minha vida, com a certeza que, de alguma forma, nem que seja ao de leve, toquei nas suas vidas.
Escondida atrás deste teclado venço a minha timidez e a Sofia, que acabei de descrever, sente-se segura para partilhar a jornada da Avó Sofia, uma avó forçada a adaptar-se à vida na cidade, com o pensamento numa fuga para o campo.
Serei avó nos novos "loucos" anos 20. Que avó serei? O que os meus filhos esperam de mim? Com o que é que os meus netos podem contar? E eu, que tipo de avó quero ser, que tipo de avó é que posso ser?
A "loucura" destes anos 20 gira à volta das novas tecnologias, redes sociais e gestão do tempo, muito diferente de alguns anos para cá. As avós de agora olham para a alimentação de uma forma diferente, consultam receitas nos blogs (barra lateral - culinária e hábitos saudáveis) e no YouTube, o exercício físico é uma constante  (no meu caso, fiquei saturada do ginásio, por falta da companhia das minhas irmãs), contam os passos, com apps ou pulseiras (vou contando de cabeça ou na pulseira do avô), roupa e calçado são práticos.
A avó Sofia não passa sem uns ténis, dispensa saltos altos e adora passeios de Land Rover (desculpa meu querido planeta). Como avó, e não só, quando vou às compras tento ter presente  as novas preocupações em termos de impacto na saúde e no ambiente, tentando gerir o consumo num suposto equilíbrio entre o sustentável e ecológico, compatível com a vida prática e atarefada dos meus filhos. Enfim, será um grande desafio que abraço cheia de entusiasmo e, como tal, quis registar algumas das minhas escolhas/experiências.

Ancorada a tradições faço malha para o meu neto. Comparando com a minha mãe, a diferença começou na escolha dos fios e dos modelos, que veio a revelar-se mais difícil do que eu esperava! A minha filha vive numa corrida e sei que, tudo o que eu faça irá ser lavado na máquina da roupa, mas não queria usar fios sintéticos e, quando escolher um fio, quero ter presente a minha pegada verde no planeta.
O primeiro modelo que tricotei é da Filipa Carneiro, fiz questão de escolher uma designer portuguesa na primeira peça que fiz para o meu neto. O fio é da Rosários4 e a avó Sofia encontrou o modelo gratuito no site da marca (a minha mãe criava os seus próprios modelos!), sendo o fio Belmonte (passou no teste de lavagem na máquina, programa de lãs a 0ºC) e, na compra do desenho, contribui para Associação Portuguesa de apoio ao bebé prematuro. Escolhi o símbolo do Super Homem, para um Super Neto cujo o apelido começa por um S.
Fofo antes da correcção do desenho
O primeiro S ficou muito pequeno, erro meu na leitura das instruções. Penso que seria mais claro se, onde diz Rnds 4 to 6, e 8 to 12 knit, estivesse escrito Knit every even rnds. Para as mais distraídas, a meu ver, onde diz Divide for straps: slip 6, penso que devia constar para antes de passarmos as malhas que as mesmas devem ser primeiro tricotadas, pelo menos, foi o que fiz e resultou. Saliento que perante as minhas dúvidas enviei mensagem à Filipa Carneiro que prontamente me respondeu, de uma forma muito clara. Se tivesse visto primeiro o vídeo Fofo baleia, não me teria enganado no desenho e não teria incomodado a Filipa!
O próximo modelo terá de ser com um fio para Primavera/Verão, Ecofriendly . Sinto-me mesmo uma avó dos novos anos 20! Contem com uma avó sem filtros e/ou patrocinadores. Uma avó com escrita ao correr da pena, ou melhor, das agulhas e, muito provavelmente sem acordo ortográfico.

* ligo imenso a números, sou daquelas avós que coloca o despertador não para as 7:15 ou 7:30, mas para as 7:17! 

2 comentários:

Paula disse...

Olá Sofia! Muitos Parabéns! A chegada de um bebê é sempre uma grande alegria!
A ideia de ser avó ainda me é estranha mas tenho impressão que quando for confrontada com o facto rapidamente deixará de ser.
Espero que corra tudo bem! bj

Sofia Amaral M. disse...

Obrigada Paula.
Estou SUPER FELIZ!
Beijinhos