segunda-feira

Leituras e nada mais

Depois de terminar "O Hipnotista", uma leitura extremamente intensa na qual ao virar de cada página encontrava o pior da espécie humana, senti necessidade de abandonar a "alta tensão" deste tipo de policiais, escritos com grande mestria, que me prendem mas que simultaneamente tenho vontade de largar.
Optei por uma leitura ligada ao meu dia-a-dia tanto profissional, como familiar. A Amy Chua fez-me pensar exaustivamente na educação que os meus pais me deram, na que dei aos meus filhos e nas minhas práticas pedagógicas. Escrevi os meus pensamentos e reflexões (a escrita sempre me ajudou imenso!) mas apenas para mim evitando assim expor a minha família e alunos. Não concordo, de todo,  com o que li na sinopse "pontuado por um humor que surpreende a cada página". Talvez o erro seja meu e tenha levado a leitura demasiado à séria! De uma coisa estou certa, cada filho, cada aluno, é um caso e todos eles são especiais, cada um à sua maneira. Não há receitas ideais nem manuais de instrução no que diz respeito a educar*. Existe sim bom senso intimamente ligado a uma grande dose de dedicação, paciência sem fim e amor incondicional no que diz respeito aos filhos e paixão pelo que fazemos no que diz respeito aos alunos. Na sinopse podemos ler ainda "A vida em família transformou-se num campo de batalha", algo que devemos evitar a todo custo quer na família, quer na escola. Quanto à escola os casos que me deram mais satisfação foi acompanhar alunos que estavam quase que abandonados pela família. Em oposição também tive, há uns três anos, um grupo de 5 alunos excepcionais nas aulas de apoio acrescido abertas a todos os alunos, mas em que apenas aqueles cinco alunos compareciam todas as semanas. Nessas aulas tanto eu como eles íamos mais além do programa. Entusiasmei-me com o fascínio deles pela Ciência, a curiosidade que os levava a pensar, a pesquisar e o prazer que tinham com cada descoberta que faziam e que depois me vinham ensinar. Isto é o que me faz gostar de andar ainda na escola,(o meu marido defende que é uma questão genética) pois em termos do estado do ensino em Portugal nem tenho vontade de falar, mas desabafando escrevo apenas que os currículos, as didácticas e as práticas pedagógicas de um modo geral, estão mais do que ultrapassados, já para não falar em termos de carreira, dá vontade de largar tudo e "mandar para as urtigas" uma dedicação de 28 anos! Voltando ao livro "O Grito de Guerra da Mãe Tigre", foi mais uma leitura intensamente vivida, procurando descansar mergulhei de cabeça na "Vida secreta das árvores". Ainda li muito pouco mas estou a adorar. Atenção que sou Bióloga, apaixonada pela Botânica e Ecologia, talvez seja um livro que não agrade a todos! Penso que será um bom livro para as bibliotecas escolares mas primeiro terei de concluir a minha leitura. Dois  livros que recomendei para a biblioteca da minha escola e que têm sido bastante requisitados foram "Lá Fora", do Planeta Tangerina e "Viagens no Azul", de Pedro Barreiros.
O texto é longo (contrariamente ao que eu pensei fazer durante o Verão!) mas não me apetece cortar nada; "nada mais" é o resultado de ter emprestado a máquina fotográfica ao meu filho, mas esta escrita dispensa qualquer imagem a não ser para tentar cativar o leitor que aqui chega e não fica só porque ...

* ainda assim, neste momento dedico-me ao estudo da Pedagogia Waldorf

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