quarta-feira

Na ida pulo na Serra e na volta mergulho no mar




 Vou para a escola não a pé, mas de carro, o que aumenta os meus níveis de ansiedade (sempre com medo de acidentes!), mas quando avisto a minha Serra deixo escapar um sorriso e sigo o meu caminho feliz. No regresso quando avisto o mar sinto uma paz que não sei explicar!
Esta mudança radical, com a qual há muito sonhava, tem momentos de intensa felicidade e momentos em que me sinto perdida. Não é fácil "sentir-me em casa", sentir que pertenço a este lugar, depois de uma vida inteira a viver no mesmo bairro, na minha pequena aldeia dentro da grande cidade. Aqui tenho outra qualidade de vida, mas sinto-me fora do meu casulo. O facto de não ter a família por perto é talvez o que pesa mais. Se voltava atrás? Não, nunca! Se era isto que eu queria? Sim. Porque sinto que não pertenço a este lugar? Talvez porque sonhei sempre com o Banzão, Praia das Maçãs e Azenhas do Mar e fiquei na fronteira da zona que queria. Talvez porque ainda tenho muitas horas de trabalho pela frente para tornar a minha casa numa casa acolhedora, numa casa de família. Os pequenos detalhes tornam-se grandes quando estão ausentes! Preciso de deitar mãos à obra e fazer desta casa a nossa casa, antes do Inverno chegar. As rotinas diárias serão responsáveis pela conquista de um sentimento de pertença a este lugar, Entre a Serra e o Mar.

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