sábado

No meu "Refúgio"

Acordei tarde, descansada e sentindo..."que bem que se está no campo"! O meu corpo moído de trabalhar a terra e de alancar com um termo acumulador ( ver se é desta que tenho duche quente!), precisava mesmo de uma noite tranquila. Calmamente levantei-me, não saltei da cama como sempre faço na cidade. Vesti "qualquer coisa" porque no campo "qualquer coisa" fica sempre bem e caminhei até ao centro da aldeia. Os velhotes da terra já lá estavam conversando animadamente.Aos que iam chegando davam-se os bons dias, eles eram todos "Ti", Ti João...Ti Joaquim...elas eram as "Ti", Ti Maria e as Donas,Dona Elzira...Dona Henriqueta...Perguntava-se pelos filhos, Pais, netos...faziam-se planos para o almoço,trocavam-se convites e graças. Senti-me fazendo parte da aldeia, de uma grande "família", ninguém me conhece, mas todos me falam.Um dia ainda me vão ver de carrapito ou de lenço na cabeça e serei a Ti Sofia;) Meio dia em ponto, ouve-se uma buzina e chega a carrinha do pão. Mal a carrinha pára os mais jovens, mas com uns largos anos a mais do que eu, abrem as portas das traseiras. O "Ti" que vinha ao volante, apesar da idade sobe agilmente para a carrinha e dá início ao ritual da venda do pão.A ordem de chegada não sei, nem ninguém sabe, o que não tem qualquer importância pois no fundo a ordem é dos menos jovens, que não reconhecem o próprio cansaço,mas que transparece, seguindo-se os que têm mais pressa, terminando nos que gostam de conversar. Peguei no pão quentinho,regressei ao meu refúgio caminhando em direcção à "minha" Serra,como se nela mergulhasse.
Depois de  uma semana a viver com a minha "trupe canina" no campo, sei e sinto profundamente que o meu lugar é sem dúvida "Entre a Serra e o Mar"!

o meu refúgio

1 comentário:

Elisabete disse...

Delicioso este texto! é um belo refúgio, sobretudo para recarregar baterias! Parabéns!
Um beijinho,
Elisabete