Sou uma pessoa de números e, como tal, pareceu-me bem estrear o meu novo portátil no dia 10/10 de 2020 voltando a este meu espaço de escrita e partilha. Muito teria para dizer se tentasse recuperar os meses de ausência por aqui, mas não me apetece fazê-lo e não o vou fazer. Retomo começando por revelar que, finalmente, vou deixar a cidade! Se estou eufórica e a explodir de alegria, como era de esperar, não estou. Estes últimos meses foram bastante dolorosos para toda a família, apesar da chegada do neto. O que vivemos fez-me pensar que talvez esteja a mudar na pior altura da minha vida. Agora queria ficar próxima dos meus pais mas já não me é possível mudar de ideias. O que vale é que os meus pais têm uns filhos mais extraordinários do que outros e por isso sei que posso ficar tranquila.
Felizmente a chegada dos netos reforçou o sentido da mudança para o campo. O desejo de querer construir memórias com eles, numa vivência tranquila, entre a Serra e o Mar, a pouco e pouco devolve-me a alegria de estar a um passo de uma nova etapa da vida. A "estranha forma de vida" que vivo na escola e que vivi durante o isolamento, deu-me igualmente vontade de "fugir" do meu dia-a-dia. Fugir é próprio dos fracos, mas considero que o meu "fugir" foi mais um acto de coragem já que virei costas a um conforto e estabilidade que construí ao longo dos últimos anos. Na família sou vista como a que é diferente, "coisas à Sofia", "só mesmo a Sofia", "Vivias a uns minutos a pé da escola e vendeste a casa?!"...Pois! O sonho vai virar um pesadelo ou uma coleção de desafios e histórias para contar? Só o tempo o dirá!
Entretanto acampo na casa de férias e fins de semana dos meus pais, enquanto vejo de perto a conclusão da nossa casa "Entre a Serra e o Mar".
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