quarta-feira

Farmácia literária

 Malha:
Quase a terminar a camisola "Branco Primaveril" resolvi desmanchá-la! Não me conseguia imaginar com ela vestida. Apesar dos cálculos e algum estudo ainda assim o modelo não me estava a agradar! Um erro que resultou de ter ignorado completamente se era o tipo de modelo que costumo usar e simplesmente ter sido atraída pelas fotografias que vi do projecto no Ravelry. Quando estava a desmanchar comecei a ouvir uma "vozinha" a dizer-me "Alto e para o baile! Que tal perguntares a uma das tuas filhas se quer a camisola?!" Bendita a hora em que parei, a Madalena ficou contentíssima e até me disse que andava a namorá-la desde o primeiro dia que me viu com ela nas agulhas. Para lhe ficar melhor, como comecei por fazer com as minhas medidas, vou refazer todo o rendado, por isso não foi assim tão mau ter desmanchado a frente rendada!
Enquanto não tive a resposta da Madalena tive um interregno de dois dias para pensar num projecto novo. Desta vez pensei  se seria algo que gostasse de realmente vestir.
Vou arriscar, uma vez mais, e fazer o meu primeiro casaco Yoke, pois acredito que este poderá ser "o tal" modelo, "aquele" com o qual me vou sentir confortável e gostar  de ver vestido. Por outro lado a forma como este tipo de modelo é construído agrada-me bastante pois permite-me momentos de "descontracção mental" e na parte do Yoke, em futuros projectos, poderá oferecer-me momentos de alguma criatividade. O modelo, Foxglove é da Kate Davies, de quem sou fã e por quem tenho uma grande admiração, pela sua força e empreendedorismo. Tal como o Poncho, que fiz para a minha filha, neste modelo a contagem (e recontagem!) de pontos por carreiras deu-me exactamente igual aos valores do livro, com a agulha  e a lã da Shetland que é sugerida, o que me faz acreditar que tenho os ingredientes certos para a "receita" me correr bem. Vou começar pelas mangas para ter a certeza que escolhi o tamanho certo e que de facto a tensão e os pontos por carreira corresponde mesmo aos do modelo!
Livro: "O Livreiro de Paris":
Embarquei neste livro numa viagem com Jean Perdu ao Sul de França, navegando por canais que não sabia existirem em tão larga escala. A Nina George teve uma ideia brilhante ao criar, para o sustento de Jean Perdu, uma Farmácia Literária. Acredito no poder curativo de alguns livros, quando eles nos oferecem momentos de abstracção, de sonhos que se tornam possíveis, de viagens/ aventuras, de expedições/ explorações e de aprendizagem. Este livro cruzou-se no meu caminho por mero acaso, quando procurava um livro para oferecer ao meu pai. Com a leitura da sinopse considerei que seria uma boa leitura para me abstrair das horas passadas no hospital com a minha Mãe, deixando-me arrastar pela leitura, por canais que rasgam o Sul de França abrindo caminho até à Provença.
Às quartas-feiras costumo partilhar aqui, mas passou-se alguma coisa!

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