sábado

A busca da perfeição é um bloqueio à conclusão





A minha mãe ensinou-me que devemos tentar fazer tudo a preceito e perfeito, o que me levou a frequentar cursos de bordado, entre outros, e a investir muito tempo em pesquisas e tutoriais. Tentar alcançar a perfeição tem aspetos positivos, mas cria alguma insegurança, frustração e abandono de alguns projetos. Com o tempo aprendi que o importante, para mim, é tirar gozo do processo, aprender com os erros e praticar, praticar, praticar. A prática é a melhor forma de melhorar as competências adquiridas e permite retomar projetos antigos, desmanchar, corrigir e melhorar o que está feito. Foi o caso de um caminho de mesa que fiz para a minha filha, tendo cometido o erro de principiante ao juntar linho com algodão. Com a primeira lavagem o linho encolheu e tive de refazer a montagem, tendo aperfeiçoado os acabamentos, algo que consegui com a prática de outros projetos. 

O xaile da fotografia também está a ser refeito, mas o erro, neste caso, resultou de falhas do modelo e da falta de esclarecimentos  e ausência de resposta da designer.

O canto dos projetos em curso e que quero corrigir, na cesta da malha está um casaco também  a aguardar correção.

Voltando ao que me trouxe aqui, a busca da perfeição é um bloqueio à conclusão de projetos que iniciei esperando aprender, de alguma forma, como os terminar a preceito. Resultado? Projetos iniciados, nunca terminados. Considerando que ao longo da execução já tirei algum gozo posso afirmar que não desfruto do investimento inicial em pleno mas nem tudo está perdido!





Combatendo os projetos inacabados e passando para a etapa de que mais gosto, uma vez que envolve trabalho à mão, longe da máquina que me isola da família, decidi atirar-me de cabeça para a montagem final da manta da Edyta Sitar. Uni aleatoriamente as sobras de tecido e montei a parte traseira da manta. Peguei nas 3 camadas e, na mesa da cozinha, com a ajuda do Zé, estiquei as 3 camadas, prendi com alfinetes, para mais tarde alinhavar. Mais tarde, foi logo no momento seguinte. Quero terminar este projeto, mas sem pressa porque vou acolchoar à mão, descontraidamente, sem seguir regras, ou melhor, quebrando todas as regras que, desta vez, nem me dei ao trabalho de consultar. Quero apenas sentir o controlo da minha agulha, algo que na Bernina nem sempre tenho, apesar de escolher o modo mais lento. É uma peça grande o que iria ser desconfortável para quem não gosta de coser à máquina.

Desde terça-feira que me dedico a este trabalho e o resultado já é visível e agradável aos meus olhos! Será a "Manta das aprendizagens", aprendi técnicas, blocos e a maior aprendizagem foi a certeza que, por agora, trabalhos à máquina não me agradam. Esta tomada de consciência chegou em boa hora uma vez que ainda não concretizei o regresso à feira Knitting and Stitching Show, esperando assim evitar gastos desnecessários. Já fiz uma lista....What! Vi agora (ao pesquisar o link para a feira) que cometi o erro de pensar que a feira era em Londres, mas afinal a de Londres foi em Outubro! Harrogate é para lá de Birmingham! Apesar de ir a Londres o mais provavel é não ir à feira. Mudança de planos implica novas pesquisas. Depois conto o que resultou desta minha distração e as soluções que encontrei.  

2 comentários:

Anónimo disse...

O caminho de mesa está tão lindo! Parabéns!
Tem umas mãos de ouro, sem dúvida!

Bjs.

Sofia Amaral M. disse...

Muito obrigada. O ouro que forra as nossas mãos é pincelado com horas de prática, que nos podem dar imenso prazer. Recomendo!
bjns