Livros, fios e viagens, misturam-se permanentemente de uma forma aleatória, na minha cabeça, no meu dia-a-dia. Muitas vezes não sei onde tudo começou! São tantos os desvios e tantas vezes me perco num
emaranhado de ideias que às vezes é difícil descrever o caminho que tomei. Tentarei descrever o caminho que tracei, até chegar ao que hoje estou a tricotar e a ler!
Uma intensa curiosidade pela Escócia nasceu enquanto bordava a
tapeçaria da Diáspora Escocesa, o que pesou na escolha do local a visitar nas férias. Decidi, com o Zé,
explorar a Escócia viajando de carro. Durante a viagem a simpatia dos Escoceses, o seu bem receber, as suas terras e paisagens conquistaram-me e fiquei rendida, querendo sempre saber mais, conhecer mais, explorar mais! O meu fascínio pelo tricot de
Fair Isle, desenvolveu em mim a vontade de conhecer melhor tudo o que diz respeito a esta técnica, às suas tricotadeiras e ao local onde vivem. Aqui, na terra a que pertenço, tento viajar com os livros e por isso quis ler
Ann Cleeves que está a fazer sucesso com os seus policiais, passados nas
ilhas Shetland, tendo a
BBC filmado algumas séries com base na sua obra.
Também pesquiso tudo quanto posso de
Fair Isle e assim cheguei a
este vídeo, através
do
blog da
Susan Anderson que
neste post me levou também a investir ontem
neste livro.
No policial que estou a ler também encontrei referências a fair isle:
"El Gran Grifon, desviara-se da rota, sendo arrastado para longe de Inglaterra, acabando por naufragar ao largo da ilha. (...) Os arqueólogos descobriram artefactos. Havia quem dissesse que o naufrágio dera origem às famosas malhas da Ilha de Fair. Garantiam que não tinha nada a ver com os Escandinavos. Os Noruegueses também eram famosos pelas suas malhas, mas os seus padrões eram regulares e previsíveis, pequenos blocos quadrados, contidos e sem graça. As malhas tradicionais da ilha de Fair tinham cores vivas e desenhos elaborados. Algumas formas faziam lembrar cruzes. Era o tipo de padrão que um padre católico podia usar por cima das suas vestes."
in "A Maldição do Corvo Negro",Ann Cleeves
Enquanto leio "regresso" aos locais que visitei o Verão passado, embora não passem de discretas referências sem importância no desenrolar do policial. Ao ler
Inverness, por exemplo, não posso deixar de recordar a minha passagem por uma terra onde só vivi bons momentos, como os que passei no
Hootananny!!
Continuo a tricotar, à semelhança de
Fair Isle, as
"Perneiras Miletinas", que estiveram paradas por ter perdido um dos alfinetes que prendo ao ombro, ajudando-me a manter a tensão dos fios.
Ontem, para não voltar a fazer paragens forçadas, quando estou a tricotar com mais de um fio, trouxe mais dois alfinetes da
Retrosaria!
Enquanto descanso as agulhas, prendo os alfinetes às meias "bordadas" da Dona Miletina, aproveitando, neste momento, para beber um chá, folhear o meu novo livro e partilhar no
Yarn Along